O projeto Brasil Nunca Mais Digital que vai repatriar a digitalizar o conteúdo de 707 processos instaurados no Superior Tribunal Militar durante a ditadura de 1964 a 1985 foi lançado ontem (14) em São Paulo. Os documentos serão hospedados no servidor do Ministério Público Federal e disponibilizados para consultas pela internet. A previsão é que […]
O projeto Brasil Nunca Mais Digital que vai repatriar a digitalizar o conteúdo de 707 processos instaurados no Superior Tribunal Militar durante a ditadura de 1964 a 1985 foi lançado ontem (14) em São Paulo. Os documentos serão hospedados no servidor do Ministério Público Federal e disponibilizados para consultas pela internet. A previsão é que o processo seja concluído em um ano.
Os arquivos do período entre 1961 e 1976 foram copiados e microfilmados ainda durante a ditadura, em um trabalho apoiado por entidades católicas e protestantes. Advogados pediam acesso aos processos com o pretexto de consulta e, em posse dos documentos, passava para um grupo que fazia fotocópias antes do material ser devolvido.
Depois tudo foi transformado em microfilme, como forma de reduzir o risco de apreensão e facilitar o transporte. Com medo que os militares destruíssem as provas das violações dos direitos humanos, as cópias em microfilme foram enviadas para os Estados Unidos onde ficaram sob a guarda do Center for Research Libraries. O material retornou ao Brasil e foi entregue hoje ao Ministério Público Federal.
O vice-presidente do Grupo Tortura Nunca Mais, Marcelo Zelic, disse que, com o projeto, será possível aprofundar as pesquisas. “Nós temos um milhão de páginas que quando indexadas, com um sistema de busca moderno, podem trazer elementos novos para muitas situações. Coisas que podem ter passado despercebidas nesses 26 anos de pesquisa manual e individual de cada pesquisador”, afirmou.
Para o procurador da República em São Paulo, Marlon Alberto Weichert, o sistema vai facilitar a difusão e uso pedagógico dessas informações. “Precisamos educar o povo brasileiro em cidadania e diretos humanos. E isso a gente só faz contando o que ocorreu de uma forma transparente e imparcial”.
Agência Brasil