Assim que a mídia noticiou que o governo interino do Brasil pretendia a incorporação da Previdência Social pelo Ministério da Fazenda, o mercado financeiro não escondeu sua alegria. O que está por trás deste entusiasmo é, na verdade, a perspectiva de desumanizar as aposentadorias, transformando aqueles que trabalharam e os que ainda trabalham, pagando mensalmente […]
Assim que a mídia noticiou que o governo interino do Brasil pretendia a incorporação da Previdência Social pelo Ministério da Fazenda, o mercado financeiro não escondeu sua alegria. O que está por trás deste entusiasmo é, na verdade, a perspectiva de desumanizar as aposentadorias, transformando aqueles que trabalharam e os que ainda trabalham, pagando mensalmente pelo benefício, arquem com o rombo da Previdência, causado por governos e pelo próprio “mercado”.
Segundo a Confederação Brasileira de Aposentados, Pensionistas e Idosos (Cobap) a dívida de empregadores com a Previdência pode alcançar R$ 200 bilhões. São milhares de devedores, que incluem bancos públicos e privados, governos estaduais, prefeituras municipais, empresas aéreas, empresas estatais, grandes hospitais públicos e privados, empresas multinacionais, clubes de futebol, entidades “filantrópicas” (lucrativas), Cooperativas, grandes Empreiteiras, Empresas Prestadoras de Serviços, Indústrias, e muita e muitas outras empresas e instituições de todos os segmentos econômicos do Brasil”. O déficit da previdência em 2016 está, segundo o governo interino, em R$ 133 bilhões, ou seja, bem menor que a dívida apontada pela Cobap.
No bojo dessa reforma esdrúxula, na qual a Previdência passa a ser apenas uma pasta do Ministério da Fazenda, a Dataprev corre o sério risco de ser absorvida pelo Serpro e, como é fácil deduzir, haverá “enxugamento da máquina”, com redução de postos de trabalho e, certamente, precarização dos serviços prestados aos aposentados.
Como bem aponta o jornalista Marcelo Auler em seu blog, a fusão da Dataprev ao Serpro vai acarretar demissões, falta de novos investimentos, perda de clientes das áreas sociais, o possível fim da GVR, fim dos lucros e o consequente fim da PLR. Além disso, temos que ter muita atenção com o que farão com a Prevdata, nosso Fundo de Pensão, que, diferentemente de muitos, goza de boa saúde econômica e financeira.
Não podemos ficar calados ante esta ameaça real. Precisamos denunciar à sociedade o que está por trás deste desmonte que se prepara, garantindo a continuidade não só da Dataprev, empresa lucrativa graças à competência técnica do corpo funcional, mas também da Previdência Social voltada para o trabalhador que passou a vida contribuindo para ter uma 3ª idade mais segura.
Fique atento, Datapreviano!
Não ao desmonte da Dataprev!
Não à fusão com o Serpro!
Não à perda de direitos dos trabalhadores e aposentados!