No dia 28 de Abril o movimento sindical em diversas partes do mundo rende homenagem à “Memória das Vítimas de Acidente de Trabalho”. Neste ano de 2021, em face dos ataques ao bem estar no ambiente laboral patrocinados pelas empresas e, lamentavelmente, também pelo Governo, sob o pretexto de equacionar a crise econômica, chama a […]
No dia 28 de Abril o movimento sindical em diversas partes do mundo rende homenagem à “Memória das Vítimas de Acidente de Trabalho”.
Neste ano de 2021, em face dos ataques ao bem estar no ambiente laboral patrocinados pelas empresas e, lamentavelmente, também pelo Governo, sob o pretexto de equacionar a crise econômica, chama a atenção a contradição, em plena pandemia, entre as medidas adotadas para o enfrentamento dessa conjuntura e o discurso oficial da preservação de empregos e meios de sobrevivência.
O grande capital em todo o mundo, não importando se em países pobres, emergentes ou desenvolvidos, todas as vezes que o mercado acusa o golpe em razão de crises econômicas provocadas pelo próprio capital, não hesita em repassar o ônus para os trabalhadores e as classes menos favorecidas, pois as grandes empresas têm de ser preservadas a qualquer custo.
Atualmente, em particular no Brasil, estamos vivendo momentos em que diversas iniciativas têm sido adotadas em detrimento das condições de vida e trabalho, em nome do propalado ajuste fiscal e de uma suposta necessidade de aumento dos ganhos de produtividade.
Enquanto Trabalho Decente é sinônimo de Saúde do Trabalhador, terceirização significa precarização das condições de trabalho. Pesquisa feita pelo Dieese mostra que 70% dessas ocorrências de acidentes do trabalho acontecem com trabalhadores contratados por meio de intermediadoras de mão obra. Além disso, os efeitos da terceirização e de outras iniciativas desse governo atual no sentido de rebaixar direitos e condições de trabalho, afetam sempre a Saúde do Trabalhador. Salários e direitos reduzidos, jornadas extenuantes, cobranças por produtividade e, pior, quando o trabalhador enfim se incapacita para o trabalho, ou morre, é cada vez mais restritivo o acesso ao benefício previdenciário. Se é demitido imotivadamente, dependendo do tempo de emprego, não terá direito ao Seguro desemprego para sua subsistência e de sua família.
A Organização Mundial de Saúde – OMS, define que Saúde não é apenas ausência de doenças, mas um perfeito estado de bem estar físico, psicológico e social. Portanto, precarização de ambientes e condições de trabalho, em qualquer nível, atenta contra a Saúde do Trabalhador.
A pandemia de Coronavirus agrava, e muito, a situação, pois os trabalhadores e trabalhadoras que não podem exercer suas funções em home office, são submetidos diariamente ao perigo de contágio não só em seu ambiente de trabalho, mas também – e principalmente – nos transportes públicos, que continuam superlotados. E tudo isso sob a indisfarçável preocupação com a saúde das empresas por parte de governantes que lutam contra o isolamento social.
Neste “28 de Abril”, ao lembrarmos dos trabalhadores que adoeceram, adquiriram sequelas, ou ficaram inválidos e até morreram, lutando por sua sobrevivência e de sua família, mas ao mesmo tempo contribuíram para o aumento da riqueza do País, temos que colocar a mão na consciência e nos perguntar o que temos feito para lutar contra a precarização do trabalho e a injustiça social causada por uma política econômica que coloca o lucro acima do bem estar e da vida humana.